Retrato falado de Gabinatti. Copyright by Júlio César
Nascido por volta de 1880,
natural de Paracatu-MG, de descendência italiano, concluiu o seminário em
CaraçaMG apenas para satisfazer a vontade do pai. No dia em que seria ordenado
a padre, recusou seus méritos, pois não era sua vocação.
Mais conhecido por Gabinatti,
carregava consigo a mania de escolher nome para os lugares, foi seu hábito
constante, andar mundo afora. Algumas pessoas diziam que era louco, levava
consigo o ônus da desobediência do pai, ao negar receber a batina quando
seminarista no Colégio de Caraça-MG. Foi contemporâneo de Artur da Silva
Bernardes quando este cursava Humanidades no mencionado colégio. Era admirador
Francisco Mendes Pimentel.
Pessoas mais idosa, que o
conheceram, relataram que Gabinatti apareceu aqui por volta do ano de 1.920,
época em que conquistou a amizade de muitos e sugeriu a mudança do nome de
Bananeiras. Para muitas pessoas que exerciam liderança no local, Gabinatti
afirmava que Goiatuba era uma alusão ao nome do Estado, uma homenagem à
lendária tribo indígena dos Goyázes, encontrada pelos bandeirantes em tempo
pretérito.
A junção do termo tupi “Gwa yá,”
que quer dizer indivíduo igual, semelhante ou da mesma raça e a palavra “tuba,”
quer dizer: grande, muito cheio, muita coisa. Gabinatti, sempre que aqui
retornava, insistia na mudança do nome, afirmando que: “Aqui não pode mais
chamar Bananeiras, tem que ser Goiatuba.” Nada traduziria melhor a cidade que o
próprio e curioso significado etimológico: “Gwa yá tuba” - Muitos indivíduos da
mesma raça, ou poeticamente como queria Gabinatti: “Onde Goiás é grande”.
Quem conheceu Gabinatti e o
acolheu nos últimos dias de vida, afirmou que Gabinatti muito inteligente,
possuía apenas algumas manias, mesmo sendo mineiro de Paracatu, não gostava de
Minas Gerais. Como também ficava irritado quando alguém desmerecia sua
capacidade intelectual. Responsável pelo batismo de outros municípios na nossa
região, o memorável andarilho, já antevia o futuro da Villa de Bananeiras,
sabia que o pequeno vilarejo, ainda que possuísse apenas três ruas, resultaria
num lugar que despontaria rumo ao desenvolvimento de Goiás. Faleceu em 19 de
dezembro de 1936, na fazenda Paciência e foi sepultado no Cemitério do Distrito
de Tapuirama, próximo a Uberlândia-MG.
Texto: Copyright by Wolney Tavares)